maio 2015 | Raining days and mondays

Dias assim

30.5.15

Limpeza de pele numa demonstração de produtos Mary Kay, comida com fartura numa demonstração da Bimby (sim, foi uma semana de demonstrações e logo eu que não sou mesmo nada dessas coisas), uma valente borrefa no pé depois de correr seis quilómetros, reunião em Lisboa e a canseira do costume numa viagem que implica madrugar, refeições mal comidas e correria, autocarro avariado no regresso a casa, conversas à volta dos questionamentos sobre o porquê do escadote preso ao "UM" do centenário do concelho na rotunda principal cá da terra, uma noite improvável de jogos de tabuleiro, sushi com amigos, noites mal dormidas, sono à farta pela manhã, uma voltinha de bicicleta no fim do dia e salta a corrente assim de estalo numa subida (sim, a actividade desportiva desta semana correu mesmo bem), tarde na junta de freguesia por causa do registo predial, mil tentativas de ver a novela, um filme ou ler um livro e pimba: chega logo o sono. Porque será ?

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Fui desafiada

26.5.15

A Marta do blogue Shanti Free Bird lançou-me há dias o desafio de listar vinte e cinco factos sobre mim, dos quais cinco serão falsos. Decidi hoje tratar do assunto.

Então aqui ficam os vinte e cinco factos sobre mim:

1. Gosto muito de chocolate negro;

2. Sou alérgica a gatos, apesar de gostar muito deles;

3. Sou filha única;

4. Frequentei a licenciatura em património cultural e desisti passado poucas semanas;

5. Fiz psicoterapia por dois anos;

6. Detesto andar de barco no mar;

7. Não gosto de morangos, ananás ou banana, ainda que por vezes coma essas frutas;

8. O meu prato preferido é pizza.

9. Já parti o pulso numa queda de cavalo;

10. Gostava de usar saias por cima de calças quando era adolescente;

11. Adoro acordar cedo;

12. Já estive em quatro continentes diferentes;

13. Tenho muita dificuldade em gostar de bebidas que não sejam água, chá ou sumos de fruta naturais;

14. Sou muito distraída no dia-a-dia;

15. Adoro dias de chuva e a segunda-feira, o que explica o nome do meu blogue;

16. Penso mil vezes antes de arriscar;

17. Reconheço frequentemente pessoas que passam por mim e me cumprimentam mas raramente me lembro onde as conheci;

18. Tive aulas de tai-chi durante quatro anos;

19. Sou óptima a decorar nomes;

20. Já perdi um avião;

21. Quando vejo filmes com animais acabo quase sempre por chorar;

22. Prefiro comprar livros a ir buscá-los à biblioteca;

23. Já caí sete vezes de um cavalo;

24. Vivi uma paixão à primeira vista;

25. Tenho medo de alturas mas insisto em esquecer-me disso e depois dá asneira.

Agora só mais duas coisinhas:

1. Tenho que escolher outras três pessoas para continuar o desafio: As Minhas Pequenas Coisas, Pretty in pink e Pensamentos de uma Gaja.

2. Tenho que adivinhar quais dos factos da Marta são falsos: 2, 7, 14, 24 e 25.

E vocês, conseguem adivinhar do que eu escrevi aquilo que não é verdade?

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"Isto não é um cachimbo" - já dizia o Magritte

22.5.15

Magritte podia-se dar ao luxo de desenhar um cachimbo e escrever por baixo "Isto não é um cachimbo". Eu tentei desenhar um avental e acabei por ter que lhe colocar uma legenda a dizer: "Isto é um avental" (não vá dar-se o caso de daqui a uns anos consultar a agenda e não me lembrar que raio de rabisco pseudo - abstracto é aquele que está na página do dia vinte e dois de Maio de dois mil e quinze).

[Imagem | Rene Magritte]

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Presságio

Um dia que começa com um telemóvel a tocar às sete da manhã não pode ser um dia normal.

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Dentro ou fora do quadrado?

20.5.15

A meio de um exercício de escrita criativa o pequeno Carlos bloqueou e não sabia o que escrever a seguir. Para ajudar sugeri-lhe que, por exemplo, criasse diálogos entre as personagens.

_As flores não falam!_responde-me logo com muita certeza.

_Mas as flores podem falar se tu quiseres, o texto é teu, podes escrever o que quiseres! Tudo é possível na escrita!

_Mas as flores não falam!

_Está bem, pronto. E as formigas e as abelhas, falam?

_Sim!

Estava a começar a ficar preocupada com a incapacidade do miúdo para ver fora do quadrado.

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Que parecenças tenho eu com um pescador?

16.5.15

Leiam o que vem a seguir que irão descobrir...

O Sérgio partilhou ontem comigo a história de um vendedor muito competente que uma vez foi questionado pelo patrão sobre qual o seu segredo para fazer tão boas vendas. Este respondeu-lhe que quando o cliente ia comprar um anzol ele vendia-lhe o melhor anzol, mas convencia-o ainda de que para utilizar o mesmo ia precisar de uma linha mais resistente. O cliente comprava a alinha, mas uma linha daquelas exigia outro tipo de carreto, dizia-lhe o vendedor. O cliente anuía a levar o carreto. Contudo, para ter força para suportar aquela linha e aquele carreto e os peixes que iria apanhar com isso, o cliente ia sem dúvida precisar de uma cana de pesca mais potente. O cliente concordava com ele. Não ficando por aí, já que tinha um novo material de pesca tão bom, o vendedor explicava ainda ao cliente que o melhor seria comprar também um barco melhor para assegurar as boas pescarias.

O Sérgio disse-me ainda: "Foi exactamente isto que aconteceu contigo". O Sérgio tem razão!

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Se calhar é um caso de dependência

15.5.15

Hoje, numa sessão informativa com jovens sobre

consumos e (toxico)dependências, dei comigo a dizer:

"Eu sou a Vânia e sou viciada em sapatos."

Parece que estava nos alcoólicos anónimos.

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Porque é que me desiludo com o mundo?

13.5.15

Tenho esta relação de amor-ódio com o mundo e com as pessoas. Acho que a mesma energia que utilizamos para fazer mal ao outro poderia ser muito melhor canalizada para fazer o bem. Isso faz-me confusão porque há pessoas que optam pelo mal (que será o bem a seu ver, mas que fere terrivelmente os outros. No fundo, o bem e o mal acabam por ser tão subjectivos quanto tudo o resto!). Posto isto, quero dizer que estou chateada com a gente parva do mundo, a gente que acha que é mais que os outros e que pode isto e aquilo só porque sim, sem olhar a meios e no total desrespeito pelo direito à vida e à dignidade. Numa semana em que um líder iraniano afirma que as mulheres são as culpadas por a terra tremer, em que uma mulher na Califórnia decide processar todos os gays em nome de Deus, em que um grupo de jovens espanca um rapaz, filma e põe na internet como se se tratasse de algo do qual tem que se orgulhar, em que o Ministro da Defesa da Coreia do Norte é executado porque se deixou dormir, em que um avião aterra antes do tempo porque o piloto acha que um passageiro autista a bordo pode ser perigoso, em que animais são abandonados e mal tratados como se fossem menos seres vivos que nós, seres de duas patas, egocêntricos com quem têm que partilhar este mundo, chateio-me, indigno-me, choco-me, sinto-me incomodada, ferida e zangada, traída pela minha própria espécie e pela sua tendência abismal para o mal.

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Olha, passou um ano!

11.5.15

Fez no dia seis deste mês um ano que criei o blogue. Balanços filosóficos e poéticos à parte, tenho só a dizer que continua a fazer-me sentido e acho que se vai redefinindo a cada dia. É como na vida, por aqui caminha-se devagarinho e (muitas vezes) ao sabor da corrente.

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Sunday mood!

10.5.15

Em toda uma vida a viver no Algarve ainda há sítios cuja existência desconheço e que me deixam com cara de "Uau!". No outro dia fui parar inesperadamente à Lagoa dos Salgados, em Albufeira. A lagoa desagua numa praia com o mesmo nome. Fiquei com vontade de num destes dias pegar em mim e ir para lá correr e depois ficar a relaxar e aproveitar o sol e o mar. Talvez hoje...

Não digo mais, vou deixar que as fotos falem por si! :)

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Algum dia te vai apetecer limpar pó, Vânia?

9.5.15

Desconfio que não.

P.S. Mãe, perdoa-me! :)

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A caminho

O preto não é muito a minha onda ainda que, conjugado com determinados detalhes nos acessórios, possa tornar-se afirmativo e divertido. Não gosto normalmente de me ver de preto porque sou magra e todas sabemos o que as cores escuras fazem. Também acho que o preto não combina com a minha personalidade (seja lá o que for que isso quer dizer). Estranhamente, nesta primavera tenho andado com muita vontade de preto (pudera, o tempo anda tão inserto!), daí a mais recente aquisição. Comprei online porque é tão mais fácil do que andar enfiada em lojas e a entrega é rapidinha, chega segunda-feira.

[Imagem | Mango]

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Há alturas em que um "não" deveria poder ser um "sim"

8.5.15

A Margarida, uma das miúdas da instituição onde faço voluntariado, hoje convidou-me para ser madrinha dela quando fizer a profissão de fé. Tive que recusar porque me chateei com a igreja e desisti da catequese a um mês de ser crismada e, sem crisma, não posso apadrinhar formalmente ninguém. Não me arrependo da decisão de não ser crismada, nunca me arrependi, mas hoje gostava de ter podido dizer-lhe que sim porque sei que a teria feito feliz.

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Sou uma trintona

7.5.15

Quando estou no duche tenho verdadeiros momentos de epifania e o de hoje foi o chegar à conclusão que sou uma trintona. Já me tinha apercebido da minha chegada aos "intas", mas pensar que isso faz de mim uma "ona" eleva o assunto a um outro nível.

Quando, há uns anos atrás, ouvia falar em trintonas, imaginava-as mulheres que optavam por ficar para tias e que no seu vestido mais curto e apertado saíam para beber uns copos à noite, fumar uns cigarros e conversar com as amigas. Para mim as trintonas eram mulheres emancipadas e independentes, com a vida organizada e uma carreira de sucesso. As trintonas da minha imaginação pintavam os lábios de vermelho e calçavam sapatos de salto alto, caminhando pelas calçadas portuguesas da vida com uma grande confiança.

Não sei de onde me veio essas ideias... deve ter-me ficado da altura em que, antes de me desiludir com as opiniões dela, lia Margarida Rebelo Pinto. Ou isso ou outra coisa qualquer! Independentemente do que seja, o certo é que agora sou uma trintona e curiosamente não correspondo em quase nada à imagem que tinha das ditas cujas. Bem... às vezes, não resisto a colocar um bom batom vermelho!

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É um erro comum

Por favor não comecem uma comunicação em público com um "Antes de mais peço desculpa por...", se este "por" for levar a uma qualquer justificação que remeta para motivos de ordem pessoal. A verdade é que as pessoas que vão assistir a uma comunicação não querem saber o que é que está a incomodar o orador, só querem é que faça o seu papel de falar. É tão simples quanto isso! Como tal, estão-se nas tintas para os seus problemas ou assuntos pessoais, ou para aquilo que o está a importunar na altura (seja isso uma constipação ou um nervoso miudinho). No caso do nervosismo então, se o orador não sentir o desejo súbito de partilhar com o mundo esse sentimento que lhe revolve as entranhas, provavelmente até ninguém vai reparar! No caso de coisas mais visíveis como a constipação, as pessoas vão reparar e ignorar o assunto, porque todos sabemos que não é culpa de ninguém e que a vida tem dessas coisas. Pedir desculpa por coisas que são invitáveis não acrescenta nada, as pessoas já sabem e compreendem por isso mais vale saltar essa parte e tratar de mostrar o quão profissionais conseguimos ser apesar das merdas que nos incomodam.

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What?

5.5.15

Parece que anda tudo preocupado com o facto da Kate Middleton ter saído do hospital em saltos altos e de cabelo arranjado com ar de quem foi ali à casa da amiga beber um chá e voltou com um puto nos braços. Sim, porque mulher que é mulher sai do hospital depois de parto natural já com olheiras, fato de treino e ar descabelado, afinal de contas a partir do momento em que se é mãe tem que se ter um ar desgraçado e não há qualquer possibilidade de se estar bem!

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Da adolescência com amor...

4.5.15

Ao que me parece a minha adolescência aconteceu com a dose certa de dúvidas, questionamentos, sofrimento e descoberta. Calculo que, à luz de outras adolescentes da minha altura, fui uma privilegiada porque não me sujeitei a grandes birras, teorias da conspiração, ataques de insegurança crónica ou crises existenciais. Eventualmente passei um pouco por tudo isto mas em doses tão pequenas que não se transformaram em momentos necessariamente fracturantes. A complicação que pode ser a adolescência, no meu caso, foi aligeirada por uma família que soube impor limites sem que eu desse por eles e um grupo de amigos que me protegeu e não exigiu que eu fosse nada mais do que aquilo que já era.

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